sábado, 9 de novembro de 2019

Eu fui a São Paulo no inverno...


Eu fui a São Paulo em julho passado, era inverno e fez bastante frio para os meus padrões, mas como toda novidade no começo foi legal, depois me acomodei mais às limitações que a temperatura impunha formei melhor minhas ideias sobre o frio.

Na verdade as impressões negativas de certa forma foi devido ao grupo com quem eu fui, como eles tiveram mais dificuldades com o frio e isto limitou nossa capacidade de usufruir das opções que a cidade provia.

Fiquei hospedado via Airbnb. Descrevi esta parte da viagem em outro post. Caso tenha interesse em considerar essa opção de hospedagem este link permite hospedagem no Airbnb com um superdesconto para pessoas que ainda não utilizaram o serviço.

Mas fiz minha parte. Tentei ao máximo ir a lugares diferentes considerando os custos e a qualidade. Não consegui ir a todos que gostaria, mas quem sabe de outra vez, em outra estação e com menos pessoas eu consiga aproveitar mais ainda.

1. Parque da Luz - É um parque público, ao lado da Pinacoteca. O parque possui muitas árvores, instalações, obras de arte, bancos, coreto, academia ao ar livre, etc. É um espaço amplo próximo à estação da Luz, bonito tanto no aspecto paisagístico como arquitetônico e livre. O parque possui pistas no seu entorno para caminhada, corrida, bicicleta.


2. Pinacoteca  - A Pinacoteca de São Paulo é um espaço de arte (quadros, esculturas, instalações) acessível. Somente R$10 a entrada, mas aos sábados a entrada é gratuita e ocorre um espécie de feira em que há venda de comida e bebidas típicas. A feira é bem movimentada e festiva. Aproveitei e encontrei expostos alguns (na verdade 2 somente) quadros de Joseph León Righini sobre São Luis.
Sítio do Sossego, São Luis-MA, de 1865.

Vista de São Luis do Maranhão, 1863
3. Avenida Paulista - A Avenida Paulista é uma grande atração em São Paulo, há bastante opções de shoppings a galerias, lojas, exposições, museus, etc. Aos domingos em julho a Avenida tem o trânsito interrompido e a avenida fica à disposição da população que se reúne em grupo participando de shows na rua, apresentações ao vivo. As pessoas transitam de bicicletas, skates, patins, patinetes, etc. Há muitos ambulantes vendendo quadros, souvenirs, roupas e claro comida com ampla variedade.
A avenida entregue à população


Na Paulista encontramos também o Parque Trianon - réstia da floresta nativa em meio à selva de pedra.
Parque Trianon encrustrado no centro de São Paulo

 Dentre as muitas opções onde comer (mesmo não estando localizada na Paulista e sim na Rua Haddock Lobo) não poderia deixar de mencionar a Casa de Pães Bella Paulista, um estabelecimento non stop. Caso você tenha fome 3 da madrugada a Bella Paulista vai estar funcionando.
Bella Paulista - 24 horas ao seu dispor

4. Mercado Municipal -  O Mercado Municipal é no final das contas uma atração gastronômica, é tanta variedade de comidas simples como um pastel com suco até opções mais sofisticadas como uma fogazza de forno. Você pode encontrar no Mercado Municipal as frutas de quase todos os lugares, as mais exóticas, as mais doces, as mais coloridas e de sabor sem igual. A degustação das mesmas é amplamente utilizada para facilitar as vendas. No Mercado você encontra muitas outras opções como bacalhau, queijos, doces, salgados, pimentas, temperos, etc.
Mercado Municipal de São Paulo


5. Liberdade - o bairro da Liberdade anteriormente ligado a comunidade japonesa, mas hoje amplificado entre as comunidades chinesa e coreana tem seu charme pela caracterização mais oriental de ruas e lojas e tudo que é ligado a essas culturas como os produtos eletrônicos e importados de todo tipo que são avidamente procurados pelos turistas e naturais da cidade. Um dos pontos que vale a visita é o Empório Azuki onde você encontra produtos alimentícios e bebidas importados a preços razoáveis.
Bairro da Liberdade

 6. Pacaembu - Eu fui ao Pacaembu muito mais pelo estádio em si, mas qual não foi minha surpresa quando descobri que havia lá o Museu do Futebol, com um amplo acervo de fotos, áudios, vídeos, instalações, camisas, escudos, mascotes, histórias dos craques, dos times, de todas as Copas do Mundo, muitas histórias sobre a grande paixão do brasileiro pelo futebol. Quando não há jogos é possível literalmente entrar no estádio e pisar na grama do campo, correr pela pista que circunda o campo. Vale a pena ir ao Pacaembu.
Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho aka Estádio do Pacaembu

São Paulo é uma metrópole e há muitas outras atrações, lugares que não pude ir como a Embu das Artes e Vila Mariana, muitos museus, atrações, opções de lazer, etc e estas foram só um vislumbre do que se pude encontrar na grande capital econômica do Brasil.


segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Amazon - Quando um gigante se move...

Das 4 maiores empresas da internet, todas já haviam chegado ao Brasil e mantinham expansão constante, exceto a Amazon, que começou a vender livros em 2014, mas que agora fez um movimento brusco com o lançamento do Amazon Prime a um preço irresistível. Os movimentos iniciais da empresa foram no comércio de livros. Agora já vende uma variedade grande de produtos. 

Eu passei as últimas semanas dando uma olhada no que a Amazon realmente está oferecendo. A enxurrada de material produzido é proporcional às vantagens oferecidas, possibilitando que os usuários se tornem  parceiros, seja vendendo produtos novos ou usados através de sua infraestrutura (site, meios de pagamento, etc) e/ou que se tornem afiliados. Não se assuste quando alguém estiver falando sobre a Amazon, provavelmente ele é um vendedor na plataforma e/ou afiliado.

Marketplace
A infraestrutura de venda da Amazon começou a ser compartilhada no Brasil em 2017, dessa forma outras empresas passaram a anunciar no site e assim expor seus produtos a toda a base de usuários da Amazon e vender seus produtos. Vantajoso para ambos, pois o vendedor mostra seu produto e vende para muito mais gente e a Amazon aumenta a quantidade de produtos sem usar o seu estoque.

1º Centro de distribuição na América Latina.
Em janeiro de 2019, a Amazon informou o lançamento do primeiro centro de distribuição na América Latina, o que permitiria alavancar as vendas na região Sudeste/Sul de modo determinante. Como a Amazon não tem loja física os centros de distribuição é que fazem toda a mágica, entregando e antecipando entregas numa operação de logística espantosa. São conhecidos os casos em que os pedidos são feitos via Alexa (assistente virtual), os produtos são organizados por robôs e entregues por drones. Mas esse cenário não está na maioria dos centros de distribuição nem faz parte da realidade da maioria das entregas. No caso do Brasil é bem pior pois há somente um centro de distribuição num país de dimensões continentais. Só no Estado da Califórnia há 18 centros de distribuição. Dessa forma a empresa consegue entregar em volume e velocidade requeridos. Já no Brasil será preciso muita mágica para dar certo, pois os problemas de logística é ponto nevrálgico das operações no país.

Amazon Prime
Finalmente a empresa anunciou um de seus principais serviços - Amazon Prime a R$9,90 por mês. Por este serviço os usuários recebem:
1. Os produtos mais rápido e com frete grátis.
2. Acesso ao Prime Video (concorrente da Netflix) com filmes e séries exclusivos;
2. Acesso ao Prime Music (concorrente do Spotfy) - pacote básico com quantidade limitada de músicas (2.000.000);
3. Acesso ao Prime Reading (sem concorrentes) - disponibiliza uma seleção rotativa de centenas de eBooks, incluindo ficção e não ficção, revistas e outros publicações;
4. Acesso ao  Twitch Prime - A Twitch é uma rede social para gamers. Usuários do Amazon Prime ganham acesso a uma seleção de jogos sem custo adicional todo mês e outros mimos dentro da Twitch.
Por tudo que é oferecido é uma pechincha principalmente se você é um comprador frequente.

O Mercado
Desde o anúncio do Amazon Prime as concorrentes sentiram o impacto. Todas as empresas de varejo sofreram queda na bolsa de valores, felizmente o mercado brasileiro ainda engatinha e tem espaço para todas mas óbvio que os modelos de negócio vão se desafiar. Em outro post me proponho a avaliar as diferenças entre cada uma. A sorte está lançada e que o consumidor leve a melhor. E por hora a pergunta de hoje é: Como a Amazon vai entregar no prazo de até 2 dias os pedidos do Amazon Prime no Brasil, já que ela conta com somente um centro de distribuição ?

Resposta: Limitando a quantidade de produtos que recebe o selo Prime. Exatamente ! Não são todos os produtos do portfólio da empresa que são entregues no Amazon Prime, é só uma parte definida pela empresa e que ela sabe que vai conseguir entregar dentro do prazo... então se você for cauteloso, aguarde mais um pouco e espere novos centros de distribuição serem inaugurados e torça para que o preço continue nos R$9,90 mensais.



terça-feira, 30 de julho de 2019

Usei o Airbnb + SUPER cupom de desconto


Eu finalmente fiz uso do Airbnb (clicando neste link ou nos demais no restante do post você pode acessar o cupom de desconto). Confesso que estava receoso, por ser a primeira vez e não entender bem a dinâmica, mas como ia ficar mais de 15 dias no imóvel e precisava de uma solução mais completa para acomodar 5 pessoas (cozinha, banheiros, etc) que normalmente não encontraria em hotéis.

Minha experiência deu certo. Fiquei num imóvel bem localizado com acomodações para 6 pessoas, com 2 banheiros com água quente, cozinha, área de serviço, lavadora, TV, internet, geladeira, fogão e demais móveis, eletrodomésticos e utensílios. Como estava bem frio em São Paulo, fez 8ºC, havia muitos cobertores e toalhas. Fiquei num apartamento bem arrumado em prédio residencial bem limpo próximo à Estação Tiradentes do Metrô e com muitas opções nas proximidades.

Para você que não sabe o que é o Airbnb, podemos dizer a grosso modo que é um Uber de hospedagem. Alternativa aos hotéis, hostels e albergues. O Airbnb disponibiliza quartos, flats, kitnets, apartamentos e casas completas e ociosas de proprietários que queiram alugá-los por períodos curtos. Para os proprietários é interessante pois obtêm renda extra. Para os viajantes é interessante pois tem um leque amplo de opções para hospedagem e custo menor. Para o Airbnb ganha em comissões.

Da mesma forma que o Uber está sempre tentando conseguir mais motoristas, o Airbnb também quer mais anfitriões e o faz diminuindo a barreira de entrada para que mesmo que o anfitrião não tenha um imóvel completo disponibilize uma parte do imóvel e oferece dicas de como receber, decorar e "afofar" o ambiente para os viajantes.

E não há como parar com as comparações com o Uber e da mesma forma que o Uber avalia as corridas e motoristas, o Airbnb também permite a avaliação do anfitrião, do local disponibilizado e do hóspede. E com esse acordo os problemas tendem a se acomodar e ser resolvidos pelas partes e a grande maioria das hospedagens dão muito certo.

Apesar de a minha experiência ter sido positiva, faço questão de ressaltar que há situações em que não dá certo por isso no fim do post tem a descrição de situações que não deram certo e um link para 14 dicas essenciais para não ter dor de cabeça com a hospedagem.

Esclarecido isso, temos o seguinte cenário, em grandes cidades  e locais de movimento turístico razoável há uma oferta grande de excelentes imóveis a custo razoável, sendo que é possível obter descontos na negociação com o anfitrião.

Neste vídeo da Tamara temos uma boa descrição em que consiste o serviço e como usar.



Adicionalmente acrescento os links abaixo com:
Depoimento de anfitriã - Relato de quem recebe;
Depoimento de anfitrião - Relato de um anfitrião que aluga quartos do imóvel;
Relatos de experiências que não deram certo no Airbnb;
14 dicas essenciais para não ter dor de cabeça no Airbnb;
Avaliação do Airbnb no site confiavel.com;
Avaliação do Airbnb no site reclameaqui.com.br.

Cupom de desconto de até R$1629,00 em seu primeiro uso do Airbnb. Clique aqui !!
 

terça-feira, 23 de julho de 2019

Novas Aventuras na Chapada das Mesas : Carolina e Riachão

Mais um período de férias, e aproveitando para acompanhar um grupo de amigos que pela primeira vez estavam visitando a Chapada das Mesas, fui mais uma vez para Carolina e Riachão. Mas nessa viagem , acabei conhecendo novos lugares, que não tinha ido em nenhuma das cinco vezes anteriores (É sério essa contagem!!)


Rumo a Riachão!
Alugamos um carro em Imperatriz e fomos até Carolina, passar a primeira noite. Aconselho a abastecer o carro na cidade de Estreito, pois o combustível nessa cidade é mais barato do que em Carolina e Riachão. 

No caminho até Carolina, a primeira parada foi para conhecer o Portal da Chapada  , uma montanha que no alto há uma pedra furada, com o formato do Estado do Tocantins (!?). A entrada custa dez reais,  e a subida é incrivelmente fácil. O visual é deslumbrante, pois você vê um pedaço do Parque da Chapada das Mesas e ao fundo, o Morro do Chapéu (enorme montanha em forma de chapéu). Indico muito a conhecerem este lugar, o qual inexplicavelmente eu não tinha ido antes.


Pernoitando em Carolina, há várias opções de alimentação na praça José Alcides de Carvalho (pizza, crepe, sanduíche, etc). No dia seguinte, fomos rumo a Riachão-MA, conhecer o Encanto Azul e o Poço Azul. A cidade de Riachão fica a 100 km de Carolina, sendo que até os passeios desta cidade , são mais 30 km . Destes, 15 km são em estrada de terra.
Portal da Chapada

A Rodovia Federal (BR 230) até Riachão apresentou alguns buracos, cabe ao motorista ficar atento, mas nada tão preocupante. Chegando em Riachão, é pegar a entrada a esquerda e ir até o Poço Azul. As entradas são bem sinalizadas, caso você não esteja usando aplicativos de GPS (Google Maps ou Waze)

Chegando na entrada do Complexo do Poço Azul, decidimos ir logo no Encanto Azul, pois o local é menor  e tem menos atrações. Do Poço Azul, anda-se mais 6 km em estrada de terra. Chegando lá, é pagar o ingresso (trinta reais) e andar na trilha até chegar ao Encanto, que é uma piscina natural no meio de um rochedo imenso.
Encanto Azul



Na volta, entramos no Poço Azul, que é um complexo com chalés , restaurantes e os passeios. Diferentemente do Complexo Turístico de Pedra Caída, no Poço Azul você somente paga a entrada , o passeio para conhecer os cachoeiras e piscinas naturais é livre. A entrada no Complexo do Poço Azul custa sessenta reais, e eles aceitam meia entrada, porém são bastante rigorosos neste ponto.

Cachoeira de Santa Bárbara

O acesso é feito por passarelas feitas de madeira.O conselho que os funcionários dão é descer até o final, e vir subindo e conhecendo as atrações. Cabe ressaltar que é bom ter um preparo físico, mínimo, para poder descer com tranquilidade as passarelas. Mas voltando as atrações, o ponto final da passarela / trilha, é a cachoeira de Santa Barbara . Imensa, belíssima. O local possibilita o banho em uma área demarcada.

A segunda parada é o próprio Poço Azul, uma piscina natural ao lado de uma cachoeira. Muito bonito, porém cabe ter um pouco de cuidado com algumas pedras (há muitas passarelas para ajudar os visitantes).

A terceira é um mirante, onde abaixo você vê o Poço Azul ao fundo, local perfeito para tirar fotos. Do lado há uma cachoeira, onde você consegue entrar debaixo e se deixar massagear (ou apanhar?) com a enorme vazão de água.


Ainda há algumas cachoeiras menores, mas as principais são as que eu enumerei.Retorno tranquilo para mais uma pernoite em Carolina, sendo que no outro dia iríamos no Complexo Turístico de Pedra Caída.
Poço Azul


Chegando no complexo, decidimos ir na Cachoeira do Santuário (principal), e no passeio das Cachoeiras do Porteira e Garrote.  Para quem nunca foi no Complexo de Pedra Caída, é obrigatório conhecer a Cachoeira do Santuário. A do Garrote e Porteira eu não conhecia, e digo que vale a pena muito ir, pois na verdade são quatro cachoeiras que você acaba conhecendo. (Garrote, Porteira, Sonrisal e outra que não disseram o nome).



Na Volta ao Complexo, alguns dos colegas fizeram ainda o passeio de subir a trilha e ver em cima do morro o por do sol. Este eu deixei para uma próxima oportunidade (a trilha é grande) , porém pelas fotos, se você tiver disposição, vale muito a pena ir pelo belíssimo visual .
Vista do Mirante

Ainda há outras cachoeiras e passeios existentes na Chapada da Mesa, mas ficam para próximas aventuras. Vou finalizar com mais algumas fotos desta viagem.
Vista do Portal da Chapada 
Vista do Portal da Chapada, ao fundo, o Morro do Chapéu

 





Vista de cima do Poço Azul


Retorno para Carolina 
Cachoeira do Porteira


Mirante
Por do Sol no Mirante

Cachoeira do Garrote 





quarta-feira, 26 de junho de 2019

O poder do hábito

O livro de Charles Duhigg - "O poder do hábito - Porque fazemos o que fazemos na vida e nos negócios", publicado pela editora Objetiva, foi publicado em 2012. Charles Duhigg é um escritor premiado americano. Ganhador do prêmio Pulitzer em 2013 por uma série de 10 artigos nas práticas de negócio da Apple. Duhigg publicou ainda outro livro - "Mais Rápido e Melhor: Os segredos da produtividade na vida e nos negócios".

Como o livro foi publicado em 2012 e é sem dúvida um ótimo livro. Duhigg é muito criterioso e há muita documentação fundamentando tudo que é afirmado. O livro tem 81 páginas só com as notas de referências sobre o que é dito no texto. Assim sendo há várias resenhas sobre o livro. As resenhas ressaltam ideias fundamentais do livro - o loop do hábito e os hábitos angulares ou hábitos mestres. Aqui neste vídeo tem, ao meu ver, o melhor resumo do livro.


Para eu não repetir o que já foi dito vou abordar outros aspectos do livro que não vi nos resumos.
1. O livro tem 9 capítulos. Nos três primeiros capítulos, é abordado os hábitos dos indivíduos. Nos 4 capítulos seguintes é abordado os hábitos das organizações. E nos 2 capítulos finais são abordados os hábitos das sociedades.

2. Não encontrei detalhamento da parte dos hábitos das organizações então vale destacar os "cases" de organizações. Vale mencionar os hábitos dos AA com seus 12 passos que mesmo sendo contestado - seja pelo teísmo congênito seja por ter admitir questões incômodas como a impotência diante do vício seja por ter admitir falhas - os 12 passos são muito eficientes na medida em que dá um roteiro simples e viável e outro ponto é a força advinda do grupo. A história dos AA é apresentada e do meu ponto de vista é impossível que o fundador do movimento, Bill Wilson (um adicto) tenha simplesmente criado o método do nada, sem bagagem acadêmica, nem suporte de instituições nos idos de 1930. Para mim ele foi iluminado, pois para desespero de humanistas o método é eficiente para milhões de pessoas ao redor do mundo tanto que o modelo foi replicado para outras adicções (narcóticos, sexo, etc).

3. Outras instituições (Rhode Island Hospital e Metrô de Londres) são abordadas destacando situações de crise. As situações de crise se tornam oportunidades para melhorar e definir um código comportamental que estabelece uma relação saudável entre os colaboradores dessas instituições.  

4. Outro ponto importante é que em vários dos cenários apresentados a temática da força do hábito é totalmente alienígena, não há consciência do poder do hábito, não há direcionamento baseado nos estudos que fundamentam o tema do livro, o mérito de Duhigg foi juntar os eventos e verificar que a dinâmica do hábito estava lá. Mas os personagens destacados no livro não sabiam... nem Claude Hopkins do caso da Pepsodent, nem Bill Wilson dos AA, nem Paul O'Neill na Alcoa, nem Howard Schultz da Starbucks, nem Desmond Fennel, investigador especial do incêndio da estação King Cross do Metrô de Londres, nem Andrew Pole da Target, Steve Bartels da Arista Records, nem Rick Warren da Saddleback Church nem Rosa Parks da comunidade negra de Montgomery, Alabama quando em 1º dezembro de 1955 foi presa e uma escalada de eventos levou a um boicote de mais de 1 ano aos ônibus públicos da cidade mas eles conseguiram e Duhigg conseguiu ver o padrão.


domingo, 12 de maio de 2019

O pace dos recordes das provas de atletismo



As provas de atletismo (corridas) apesar de competições primordialmente individuais (os revezamentos são coletivos) são muito atrativas às pessoas comuns devido sua simplicidade e acessibilidade. Basta haver um local, um calçado adequado e vontade de correr. 

É uma atividade saudável e lúdica que se feita obedecendo aos cuidados necessários dá ótimos resultados. Tenho visto na cidade a crescente quantidade de pessoas que estão caminhando, trotando ou correndo em espaços públicos. O pessoal está suando cedo da manhã, em períodos mais quentes, nos fins de tarde e à noite. Além disso muitos estão se exercitando com ajuda de profissionais, treinadores, grupos de corrida, etc. Enfim é uma área em efervescência.  

Pela internet, como excelente concentradora de informações, é possível acompanhar as principais provas do mundo, mesmo as não olímpicas. Há canais que transmitem provas relativamente longas como as maratonas e muitos canais em que produtores de conteúdo comentam os desempenhos dos principais atletas. Nesta linha fiquei curioso sobre os atuais recordes mundiais e encontrei neste link da IAAF (International Association of Athletics Federations) a lista de todos os recordes de corridas, inclusive de provas pouco faladas como os recordes de 1 milha e de 1 hora. 

A lista conta com os monstros do atletismo como o jamaicano Usain Bolt, o queniano David Rudisha, o marroquino Hicham El Guerrouj e o todos muito experientes, alguns já aposentados, e aqueles que ainda estão na ativa e no auge como o sul-africano Wayde Van Niekerk, o etíope Kenenisa Bekele e o queniano Eliud Kipchoge. 

Aproveitei e coloquei num gráfico os tempos dos recordes das provas olímpicas. O gráfico não ficou muito bom pois o tempo do 100m é representado por aproximação. Mas o que eu procurava mesmo era tentar encontrar a relação de constância de ritmo desses tempos. Os atletas normalmente ao tratar da velocidade falam de "pace" da corrida. Pace é o tempo gasto por quilômetro percorrido.  

O pace de diferentes provas deverá se aproximar nos tempos recordes. A proximidade do pace de diferentes corridas mostra o quanto um recorde pode baixar. No gráfico abaixo veja que o pace das corridas de menor distância são claramente aproximados porém eles tendem a se afastar conforme aumenta a distância.

Clique para ampliar


Podemos ver que o pace sobe muito rapidamente nas provas até 1500m, porém depois dos 5000m sobe suavemente. Ou seja um atleta de alto rendimento consegue manter um ritmo de corrida tão intenso que a diferença de tempo por quilômetro não é maior que 30 segundos por quilômetro. O recordista dos 5000m corre cada quilômetro mais rápido do que o recordista da maratona somente 22 segundos. Isto ao meu ver é mérito sobre-humano dos recordistas, principalmente do recordista da maratona, o queniano Eliud Kipchoge, que consegue correr cada quilômetro da maratona a 2m:53s. Há uma forte expectativa que o tempo possa cair abaixo das 2h. O queniano participou de um evento promovido pela Nike em que fez uma tentativa de correr a maratona abaixo da marca. Infelizmente ele não conseguiu. O vídeo da tentativa está abaixo.


Porém a corrida não tem linha de chegada e já existe uma nova iniciativa chamada 1:59 para tentar quebrar o recorde. Eu sinceramente creio que o recorde será quebrado e o pace diminuído. Abaixo o vídeo do projeto 1:59

sexta-feira, 19 de abril de 2019

A sombra do vento - Carlos Ruiz Zafón

"A sombra do vento" é ótimo livro. Tem uma história envolvente com elementos que mantém o interesse do leitor do início ao fim.
A intrincada história de Carlos Ruiz Zafón, misturando mistério, vingança, esperanças, literatura, amores em um ambiente político e social dividido.
A história conta a história de Daniel Sempere, um adolescente na Espanha de Franco pós a Segunda Guerra Mundial, porém o desenrolar da trama avança até que Daniel fica adulto e eventos do início do século XX que são importantes para a trama são abordados em retrospectiva.

Para revelar muitos detalhes da trama em si vou destacar os elementos que dão sabor especial ao livro que posso destacar são:
1. Um livro que é buscado para ser destruído mas que cai na mão do adolescente Daniel que fica fascinado pela história e pelo autor que desapareceu e que apesar de tudo conserva e protege o livro. O pai de Daniel tem uma livraria de obras raras, assim livros e literatura fica presente na vida de Daniel por toda a história. Outras tramas que envolvem livros como a "Menina que roubava livros" de Markus Zusak e "As memórias do livro" de Geraldine Brooks os livros aparecem por outros motivos mas em "A sombra do vento" um livro é a origem de tudo.

2. O despertar da paixão adolescente e desilusão. Daniel mesmo adolescente é muito desenvolto e se relaciona com pessoas de forma madura. Assim conhece Clara uma garota mais velha e cega mas pela qual ele se apaixona intensamente. O trama trabalha o primeiro amor com sua beleza e avidez, porém Clara não corresponde a Daniel que vê seu primeiro amor e desilusão no desenrolar da história.

3. As história urde várias situações de amores impossíveis, o de Clara e Daniel são só um aperitivo, em todo o livro as relações de amor e paixão se misturam, se entrelaçam, se superpõe e se acabam. Às vezes de modo surpreendente, às vezes inesperadamente.

4. O autor ilude o leitor durante todo o livro. Fatos dados como certos vão sendo esclarecidos através de detalhes e repentinamente reviravoltas e surpresas deixam a trama totalmente em aberto com as várias possibilidades do que vai acontecer.

5. A persistência dos personagens em seus estigmas. Em A sombra do vento, Carlos Ruiz Záfon desenha personagens que vivem pela arte, pelo amor, pela esperança que seus sonhos se realizem, mas também são pessoas comuns que trabalham com afinco e dedicação e nem sempre recebem a devida recompensa pelo seu empenho. Há desde o acadêmico empolado de linguajar rico e difícil, passando pelo pai viúvo paciente e solidário com o filho até o homem que estando na pior das situações é salvo e se torna o maior dos amigos em gratidão e companheirismo.

A sombra do vento vale muito a leitura.