sexta-feira, 5 de agosto de 2011

O óbvio que ignoramos

 Conclui recentemente a leitura do livro "O óbvio que ignoramos" de Jacob Pétry. Comprei ele meio que despretenciosamente na Livraria Saraiva do Iguatemy Shopping em Fortaleza em um arroubo de leitor que fui. Porém agora lido, achei as proposições de Pétry relativamente pertinentes.
Ele elenca fatos da vida de personalidades e os dispõe a demonstrar que certas atitudes foram determinantes para o posterior sucesso delas. Uma coisa bem interessante é que escolhe Gisele Bündchen como um das principais exemplos para corroborar seus pontos de vista. Eu achei meio estranho, não que ela não seja um bom exemplo de sucesso, mas ao ler os agradecimentos entendi, é porque ele é amigo do pai dela e pode acompanhar mais de perto tudo que estava envolvido na história dela. Mas sem negar em nada o sucesso dela, eu creio parte da argumentação de Pétry é fraca quando ele usa principalmente entrevistas e matérias de revistas de moda para confirmar muitos dos pontos de vista. Melhor argumento seriam os fatos que cercam a vida dela, mas para conseguir isso a fundo teria que estar muito próximo dela. Fora isso são bem contudentes os relatos sobre a vida de Sylvester Stallone, Albert Einstein, Elizabeth Gilbert, entre outros.
Posso destacar como principal ainda as leis que ele aborda no livro como a lei da Tripla Convergência, Lei da primeira milha e a Lição de Delfos.
A lei da Tripla Convergência nos diz que há um ponto ótimo em que se encontram aquilo que eu melhor sei fazer (talento), aquilo pelo que sou apaixonado ou gosto de fazer (paixão) e como tornar a minha paixão em algo rentável (renda). Quando descubro esse ponto de convergência e ultrapasso a primeira milha que é tradução de todas as dificuldades internas e externas que enfrento, todo o gasto de energia para praticar bastante a atividade que sou apaixonado (Pétry demonstra através de pesquisas e dados que somente depois de 10 anos de atividade deliberada é que se produz as melhores obras) e ainda assim não desisto (provavelmente porque tenho talento e paixão pelo que faço) inevitavelmente terei sucesso na minha área. Bastante razoável não ?
A Lição de Delfos que é "conhece-te a ti mesmo e conquistarás o universo" me diz em como dominar as dificuldade e ressaltar as vantagens de modo a vencer a primeira milha e os tais anos de silêncio de prática deliberada para atingir o ápice da carreira.
O livro é bem instrutivo ao apresentar diversos experimentos psicológicos bem interessantes. Coisas corriqueiras que realmente não notamos pois são óbvias demais para notarmos.
Eu o recomendo.

terça-feira, 31 de maio de 2011

O apanhador no campo de centeio

Terminei de ler ontem o "O apanhador no campo de centeio" de J. D. Salinger, cujo o nome completo é Jerome David Salinger - escritores americanos adoram abreviar os primeiros nomes. Pesquise T. S. Elliot, por exemplo.
Eu tinha ouvido falar tempos atrás... bastante tempo mesmo mas nunca tinha me interessado. Então comprei-o despretensiosamente e o li por completo.
À primeira vista é uma história sem graça de um fim de semana de um adolescente mimado e sem direção. Holden Caulfield está sendo expulso do seu terceiro colégio e durante o fim de semana ele conta sua visão de mundo. Repete copiosamente as palavras "troço", "não sei", "deprimido pra burro", "sacana", "droga" e "infernal".
 Ele não consegue se encaixar no ambiente colegial e justifica sua falta de traquejo com razões fracas que vão desde hipocrisia dos diretores até a pouca receptividade dos colegas.
Holden Caulfield é afinal alguém solitário que a medida que se aproxima o momento de encarar os pais tenta tomar as atitudes mais drásticas (fugir por exemplo) e na verdade se deprime mais e fica mais só. Nem encontrando pessoas com quem ele se sente bem sua situação melhora. Ele até se entrega verdadeiramente no que acredita, porém fundamento é fraco pois ele vê engano, farsa, erro em todas as outras pessoas, mas nunca em si mesmo. É protótipo do adolescente que quer romper com a cultura em que vive, porém não encontra respostas para si próprio.
Analisando o livro em si, é até chato pelo vazio existencial em o garoto vive, porém se analisarmos quando ele foi publicado (1951), e que na época não havia nada que representasse a alienação juvenil nem literatura para os jovens, nesse sentido o livro é genial. Enfoca bem as angústias de Holden, sua falta de rumo fala fundo na vida dos adolescentes, não só americanos, mas do mundo inteiro.

domingo, 17 de abril de 2011

1ª Corrida da Solidariedade - Um sucesso

No domingo 17/04/2011 ocorreu a 1ª Caminha & Corrida da Solidariedade. Iniciativa do Rio Anil Shopping e demais parceiros. Muito boa a iniciativa, apesar de a corrida não ter tido controles rígidos de organização, entrega do material e posicionamento de todos os corredores foi um evento louvável, de relativa envergadura e muita gente envolvida. Foi uma grata surpresa todo o que foi oferecido e a estrutura que foi montada.

Eu de minha parte, convidei alguns amigos. Ninguém foi. Isso foi péssimo, pois não tinha ninguém para tirar fotos. Num evento desses as fotos é que são as provas materiais dos feitos. Ou seja qualquer um pode dizer que o meu relato é pura ficção.

Mas, contudo, todavia... eu corri, andei, corri, andei mais ainda, corri, andei muito mais guardando energia e corri num sprint final concluindo a prova !! Ieeeei !

Inicialmente, estipulei a meta de completar e evoluir em relação a outra prova que corri em 2004. E posso dizer que fui bem melhor. Abaixo a tabela comparativa. Antes informo:
Crianças e adultos não façam isso em casa ou fora de casa.
Jovens e adultos se fizerem, consulte seu médico antes.

Comparativo entre as provas de 2004 e 2011
Corrida do Trabalhador 20041ª Corrida da Solidariedade 2011
Percurso10 km na Litorânea6 km na Litorânea
Largada9:00 h (atrasou 1 hora)8:20 (atrasou 20 minutos)
KitCamiseta e númeroCamiseta, viseira e número
ClimaSol generosoNublado
AdicionaisQueima gordo !Isotônico, água, protetor solar
PreparaçãoCorrida de 2 a 5 km, duas vezes na semana, durante uma semana7 anos poupando energia para correr de novo
TênisUm Olympukus para jogar FutsalMizuno X10, comprado em SP em 2009, recomendado como ideal para corridas pelo vendedor da loja
AlvoConcluir a prova, custe o que custarTerminar melhor colocado do que em 2004 que foi antepenúltimo lugar.


Nas minhas caminhadas durante a prova tomei como referência uma senhora que corria torta a passos curtos, mas sem parar, digo, ela parava para arrumar o calção de lycra. E me propus a chegar antes. Então perto do final fui para o sprint e passei dela e cheguei com 47 minutos e 20 segundos. Bati meu recorde pessoal de caminhada de 6 km que é por volta de 1 hora.
A título de informação:
1. Desta vez eu vesti um calção de lycra por baixo do calção para não assar a virilha. Em 2004 foi terrível o pós-banho.
2. O primeiro colocado terminou os 6 km em 22 minutos.
3. Ainda assim ganhei medalha !

Abaixo a foto em casa depois da proeza.

domingo, 10 de abril de 2011

Finalmente o campeonato de War de 2010 acabou !

Não desmerecendo o campeão, a nossa paciência também foi pro ralo. Se 2009 foi decepcionante... 2010 foi o tiro de misericórdia. Somente 7 jogos, dificuldade para reunir a turma, partidas interrompidas, enfim a agonia. O resumo vai abaixo.

O ranking do ano de 2010
Rank JogadoresResultados
MESTTRE2v – 3e – 2ob – 6p/33% – 1d
Daniella2v – 3e – 2ob – 5p/40% – 2d
RiskoZero2v – 2e – 2ob – 3p/67% – 0d
ilhado1v – 0e – 1ob – 5p/20% – 2d
Boa Noite Cinderela0v – 3e – 0ob – 3p/0% – 0d
Karmaz0v – 2e – 0ob – 2p/0% – 0d
Astro0v – 1e – 0ob – 2p/0% – 0d
jfor0v – 1e – 0ob – 2p/0% – 1d
Brancos de Sangue0v – 0e – 0ob – 5p/0% – 2d
10ºHULK0v – 0e – 0ob – 5p/0% – 5d
10ºAndré0v – 0e – 0ob – 1p/0% – 0d
10ºMateus0v – 0e – 0ob – 1p/0% – 0d
10ºAna Claúdia0v – 0e – 0ob – 1p/0% – 1d
10ºFábio0v – 0e – 0ob – 1p/0% – 1d


Os títulos do ano
Em 2010, MESTTRE venceu o campeonato pela primeira vez depois de bater na trave várias vezes. Venceu Daniella por uma margem mínima, uma partida a mais e 1 destruição a menos, mas venceu e isso é o que conta. O título de Exterminador War do Ano vai para Daniella que ficou empatada com outros dois porém teve os melhores números do que Boa Noite Cinderela, porém piores do que o MESTTRE, mas como este ficou com o título de Mestre War do Ano, pelo nosso regulamento estando empate o título de Exterminador vai para o segundo lugar em número de extermínios, no caso Daniella. Parabéns aos vencedores !

O inusitado
1. Esse foi o ano batemos o recorde negativo do ano passado com o menos partidas (7). Sendo que duas foram jogadas em 2011 a fim definir os campeões.
2. HULK conseguiu jogar e ser exterminado nas 5 partidas do ano de 2010.
2. Creio que dificilmente haverá o campeonado de 2011.

domingo, 28 de novembro de 2010

Nova York, capital mundial - Parte 2

Compras, compras, compras... bem NY é uma a capital mundial ? Sim. Mas podemos considerá-la capital de fato, mas não de direito, já que a capital do Estado de Nova York é Albany, cidade que fica mais ao norte. De todo modo consideramos NY capital do mundo pois você pode ver pessoas de todo lugar. Então para as pessoas de todos os lugares tem ofertas, muitas ofertas. De todo tipo, coisas caras, coisas baratas, coisas sofisticadas, coisas acessíveis, enfim de todo tipo.
Muita gente vai a NY comprar de tudo e preços bem atraentes. Não é à toa que quando o mercado americano vai mal, é ruim para o mundo todo. Eis a lista das lojas que visitei e que recomendaria:
- Toy R Us (www.toysrus.com). Comprei à bessa na loja da Toys na Times Square. Ela tem só 3 andares, com roda gigante para entreter as crianças, um tiranossauro com movimentos incrivelmente reais (os rugidos não são tão altos devido aos clientes, mas dá para assustar) e brinquedos de todo tipo. O que costumamos encontrar no Brasil em uma prateleira, na Toys tem seções completas, como por exemplo uma seção só da Barbie, só Lego, só Playmobil, só Fischer Price, etc. O mais legal é que você encontrar briquedos temáticos como esportivos, musicais, de tabuleiro, tecnológicos e educacionais. E junto tudo isso um preço muito atraente aliado a promoções diferentes todos os dias que deixa a coisa irrestível. Vale muito a visita !
- Best Buy (www.bestbuy.com). Eu visitei a loja em Upper West Side, número 1880 da Broadway. Como boa loja tem seções completas para produtos de telefonia (celulares, iPhones, BlackBerrys, etc), computadores (PCs, notebook, netbook, tablets, etc), automotivos (som e acessórios), eletrônicos para residência e jogos, muitos jogos das principais plataformas (Sony, Microsoft e Nintendo). E muito mais, para visão detalhada, a visita ao site da loja já ajuda.
- J&R (www.jr.com). Visitei a loja da J&R que fica na Park Row 23. A loja tem as mesmas seções do site. Eles ocupam um prédio dividido em "lojinhas". Se você quiser um computador visite a "lojinha" dos computadores. E assim vai, tem "lojinha" para computadores e associados, câmeras e equipamentos ópticos, aúdio, vídeo e TV, escritório, eletro-eletrônicos para casa, instrumentos musicais, softwares, vídeo games, filmes, música e telefonia... Enfim, dá para se perder nas "lojinhas" cujo o tamanho é variável, mas é sempre maior do que supomos.
- BHPhotovideo (www.bhphotovideo.com). Visitei a super loja da BH que fica na Nona Avenida com a Rua 34. A loja da BH impressiona de todo jeito, primeiro pelas peculiaridades. A maioria dos funcionários são judeus, logo você verá caras barbados e com solidéu. Impressiona a presteza e conhecimento técnico dos funcionários. Impressiona a variedade dos equipamentos, você encontra deste o equipamento para usuário comum até o mais profissional. Vale muito a visita.
- Century 21 (www.c21stores.com). Visitei a loja da Century 21 na Cortlandt Street 22. Tem só 5 andares e um anexo. Vendem de tudo, é uma loja de departamentos. Tem de acessórios em couro a eletrônicos, óculos de marca a sapatinhos para crianças, de malas a perfumes, enfim, uma infinidade de coisas com promoções contínuas.
- Jack 99 Cents Store. Esta loja é como as lojas de 1,99 no Brasil, o caso é que ela tem 3 andares de coisas muito em conta. A variedade tão como a Century 21, mas ainda assim tem muita coisa e com preços muito competitivos. Um cadeira para criança com assento de elevação que no Brasil está em falta e os disponíveis muito caros, lá tinha por meros U$ 29,00.
- Woodbury Commons (http://www.premiumoutlets.com/outlets/outlet.asp?id=7). Woodbury Commons não é uma loja. É conjuntos de outlets parecidas com uma cidadezinha com casas de madeira. É shopping horizontal com cara de vila. Lá você encontra lojas dos mais diferentes segmentos com descontos bem atraentes. Você pode comprar um talão de cupons por U$10,00. Cada loja dá um desconto sobre as compras e você pode aumentar o desconto com os cupons. Todos os descontos são variáveis, porém você pode comprar de eletrônicos a calçados, de tênis a relógios, de óculos a berços. Em Woodbury você encontra as lojas das marcas reconhecidas no Brasil a preço bem mais baixo.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Nova York, capital mundial - Parte 1

No início de outubro passei 7 dias muito bons em Nova York e neste e nos próximos posts vou tentar descrever a viagem como um todo. Ao contrário da viagem a Buenos Aires que abortei cronologicamente, sobre esta viagem vou abordar alguns temas. Então vamos a visão geral.

Guias
Como NY é bem maior que Buenos Aires e como pretendia andar mais pela cidade, eu fiz uma preparação melhor. Li inicialmente o guia "Nova York para mãos de vaca" do Henry Alfred Bugalho, livro fruto do blog "Mãos de vaca". Além desse há vários outros blogs que dão muitas dicas para não fazer feio fora do país como o "Na terra do tio Sam". O livro do Bugalho é bom e nos direciona rapidamente onde você deve ir a NY, já que normalmente as viagens são muito curtas, então planejar é o melhor para aproveitar tudo o que a cidade pode oferecer. Outro guia que li foi o Guia visual de bolso Nova York da Folha. É um ótimo guia pois apresenta muitas fotos, mapas, roteiros, detalhes de cada prédio, histórias da cidade etc.

Roteiros
Uma vez conhecida as principais sugestões dos guias eu fiz alguns roteiros via Google Maps. E deu tão certo que na hora decidir aonde ir o Google Maps era a primeira fonte de pesquisa sobre como chegar a qualquer lugar. O metrô foi o principal meio de transporte para se deslocar em NY. Nos mapas do metrô ele parecia meio confuso e realmente só entendi o metrô de NY depois de usá-lo. O metrô de NY é gigantesco, há muitas linhas e como em São Paulo (que agora vejo que é pobremente servida de metrô) o metrô viabiliza a cidade. O metrô faz NY ser o que é. É lá que os nova yorkinos se enfurnam com equipamentos eletrônicos e fones de ouvido. No metrô eles leêm, ouvem música, jogam, porém conversam pouco. O metrô é movimentadíssimo, mas vemos pouca interação entre as pessoas. Isto me fez ver os nova yorkinos como pessoas sozinhas cercadas de gente por todos os lados.

Pessoas
Óbvio com as devidas excessões, pois NY não é feita de um único povo. É o lugar onde você pode ver gente do mundo inteiro no menor tempo e espaço. É trivial ver hispânicos, judeus, africanos, indianos, árabes, asiáticos (em suas várias versões), europeus, etc. Daí posso dizer que o ataque às torres gêmeas não foi um ataque só aos americanos, foi um ataque ao mundo inteiro. A fama do mau-humor nova yorkino é verdadeira. Vi algumas vezes funcionários de lojas e pessoas no metrô demonstrando pouca cordialidade ou um tratamento inadequado. Isto foi mais comum entre os próprios americanos, pois os hispânicos, italianos, árabes e judeus com quem tratamos foram bem mais gentis e/ou atenciosos conosco. No trânsito porém pareceram muito civilizados, os pedestres são respeitados e têm preferência ao atravessar ruas, desde que obedeçam a sinalização, claro.

Hotel
Uma parte importante da viagem é onde ficar. Como optamos por ficar em Manhattan, fiz uma busca extensa sobre hotéis e depois de muito navegar teminei ficando no Marrakech Hotel. Os hotéis médios americanos são inferiores aos hotéis médios brasileiros e argentinos. Por um valor menor fiquei muito bem acomodado em São Paulo e Buenos Aires e com café da manhã incluso. O Marrakech Hotel era escuro e tinha uma música constante (24 horas por dia) no lobby que tinha uma decoração bonita. O quarto era simples, excessivamente simples, uma TV de LCD era o único luxo, já que chuveiro elétrico, aquecedor e condicionador de ar (nunca usado) são obrigatórios em NY. Enfim o Marrakech tinha a seu favor a proximidade com uma estação de metrô, lojas da Starbucks, Subway, restaurantes, sorveteria, etc. e um preço médio para Manhattan.

Entrar e sair
Ir aos Estados Unidos depois do ataque de 11 de setembro é bem complicado. É facílimo entrar e sair no Brasil, mas os americanos devido ao problema com ataques terroristas são quase neuróticos. Felizmente não tivemos problemas pois a documentação estava correta e não levávamos nada proibido, porém as verificações são amplas e criteriosas. Na volta, o cadeado de uma de nossas malas foi quebrado pela inspeção americana pois eu trazia um patinete. Óbvio que eles viram o patinete no raio-X, porém ainda assim fizeram a checagem abrindo a mala. Já no Brasil, quando chegamos houve um, somente um, funcionário da Receita nacional no aeroporto de Guarulhos quando cheguei e não sei se alguma outra verificação foi feita. Tudo bem que cheguei de madrugada, mas tanto na Argentina e muito mais nos EUA percebemos o cuidado da inspeção com o que passageiros levam e trazem em suas bagagens.

sábado, 11 de setembro de 2010

Jesus, o maior psicólogo que já existiu - Mark Baker

Li este livro na semana passada (apesar de ele ter sido lançado em 2005) e achei alguns aspectos interessantes. Inicialmente, gostaria de ressaltar que sou leigo acerca de Psicologia, ao ponto de só agora entender melhor (talvez não o suficiente) como se dá o processo de psicoterapia.
Para mim foi proveitoso saber que a confrontação direcionada que os psicólogos tentam levar seus pacientes em relação aos seus conflitos, em geral, os conduz a melhor compreensão de si e de seus problemas. Isto é algo bastante óbvio, mas como eu não sabia fiquei com a mesma impressão de quando fiz academia pela primeira vez - durante a primeira semana achava que tudo mundo devia fazer academia, pois era muito bom para o corpo. Hoje eu não suporto academia, mas continuo achando que o exercício regular é essencial para uma vida saudável. Então como conseqüência, fazer psicoterapia também devia ser uma prática regular para todas as pessoas. Eu desencanei da academia, mas daí iniciar a psicoterapia, parece algo distante, apesar de minha conclusão de primeira semana.
Voltando ao livro, Sr. Baker, utiliza uma técnica infalível, conta histórias de seus pacientes, tanto de sucessos quanto de meio-fracassos (o fracasso nunca é completo, pois o paciente pode ter encontrado um psicólogo melhor que Sr. Baker). Os sucessos ocorrem quando a psicoterapia funciona e o paciente inicia um processo de melhoria de vida, que não é algo definitivo. Os meio-fracassos ocorrem quando os pacientes interrompem a psicoterapia e o autor não sabe o que ocorre com eles devido ao afastamento natural.
Então as histórias, nunca longas, são iniciadas com um título, um versículo bíblico e finalizadas com uma espécie de "moral da história", chamado por ele de "princípio espiritual". Daí a facilidade de se fazer entender e prender o leitor até o final.
As histórias abrangem uma vasta gama de situações, tais como: pessoas de sucesso insatisfeitas e seus opostos (pessoas fracassadas - sempre insatisfeitas, claro ! ), casais com problemas de comunicação, pessoas com conflitos mal resolvidos, etc. Em todos os casos, Sr. Baker mostra como foi o desenvolvimento do tratamento e ressalta os aspectos psicoterapêuticos restauradores e conclui como o "princípio espiritual".
Um traço comum à maioria dos casos é a ligação de cura à restauração de relacionamentos e a associação de descontrole, pecado, trauma, conflito (enfim tudo de ruim) à ruptura de relacionamentos. Daí coisas como perdão, solidariedade, amor e confissão (no sentido de falar do problema) são elementos saudáveis para a cura, compreensão e/ou melhoria da vida dos pacientes.
Outro aspecto interessante é a associação de vício (qualquer tipo de vício, vício de substâncias, trabalho, práticas, etc) à idolatria, idolatria no sentido de substituição de Deus por qualquer coisa, dinheiro, trabalho, substâncias, etc. A consequente correção deste conflito é a restauração do relacionamento legítimo com Deus.
Particularmente eu gostei do livro, pois ele apesar de sua verve cristã, estabelece a linha de que não importa a religião ou situação da pessoa, há a necessidade de restabelecimento de relacionamentos e auto-compreensão para levar a vida de forma saudável e produtiva.