quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Difícil arte de perder

Quem nunca teve um desejo e quando estava prestes a realizá-lo viu tudo se perder? Quem nuca teve um sonho e, perto de concretizá-lo, viu escapar por entre os dedos?
“Tudo que é sólido se desmancha no ar.”

O que significa ter azar? E perder?

O WAR nos transmite esta experiência. São seis participantes e apenas um sairá vencedor. Falo da sensação ruim, aquele engolir em seco, que muitas vezes não seguramos, quando numa jogada decisiva, da qual se determinará o nosso futuro em jogo, saem aqueles míseros números nos dados: Um, um e, depois de milésimos de segundo em que dura a rotação de um dado antes da queda infalível no solo e de um soluço de aflição: um. Tragédia! TRÊS BIBIU! F...! Gritaria, esbravejos, euforia descontente, mesmo que interna, ante a euforia coletiva da torcida encantada com tamanha ‘inhaca’ – zica non sense que acompanha nossos mortais jogadores, principalmente os incautos. E o CÓDIGO MORTAL? Este sai nos momentos mais inusitados, naquele momento do jogo em que você precisa de uma troca para se manter vivo. Momento em que estás acuado na longínqua Madagascar, nos arredores de Labrador ou nas terras frias da Sibéria sendo observados por olhos esfomeados de lobos e leões. Você retira as cartas do bolso. Todos dizem ‘ÉEEEEGUAS, vai trocar!’ Você olha a combinação: ▲, ▲, ●, ●!!! O sonho acabou!

E o que dizer daqueles companheiros ‘Gengis Khan’, que têm tudo, mas não têm nada. Eh, amigos, difícil não lamentar ter em mãos os continentes Oceania, Ásia e mais um e não ganhar. O que sentir quando, na rodada seguinte à conquista destes continentes, alguém, que tinha apenas dois territórios, destrói um inimigo e alcança seu objetivo? CARA-DE-TACHO, Manezão, ‘Porca vergonha’.

Mas o jogo nos incita a nos colocarmos diante da derrota, e esta nos põe diante do espelho – somos assim mesmo?? – e assim, conhecemos a nós mesmos. Alguns exageram, extrapolam externamente, outros guardam para si toda a tristeza daquele momento e saber reconhecer a derrota, pelo azar, imprudência ou mesmo incompetência, é um passo para nos controlarmos, aprender com nossos sentimentos e seguir adiante. Afinal, sábado que vem tem mais e a esperança renasce.


Mas o que determina o destino do jogo? O Destino em si? Há muito que se ponderar.

2 comentários:

  1. Cara demais ! Eu mesmo me vi nessas encruzilhadas nas duas últimas partidas. Valeu !

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  2. Estou com lágrimas nos olhos Rsssss. Belíssima postagem, traduz muito bem as emoções suscitadas em nossas partidas. Bem que "Brancos de sangue" disse que vc escreve bem. Aproveita os elogios e escreva com mais frequencia. Valeu!

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